Transcrição – Vídeo – 2024-2
Agora que você já fez a tarefa anterior, pode assistir novamente ao vídeo e acompanhar com a transcrição abaixo. Aproveite para prestar atenção na pronúncia e escrita das palavras e adicionar novas palavras à sua lista de vocabulário.
Transcrição
Depois do excesso de telas, agora são os efeitos da chamada cultura da aceleração que preocupam especialistas. A tecnologia criou o hábito de ouvir áudios e assistir a vídeos em velocidades rápidas. Mas essa nova prática de acelerar o ritmo, pra tudo, tem consequências.
Na correria do dia a dia, tempo é um bem precioso. Tá com pressa?
Estou.
Agora não dá, obrigada.
Posso fazer duas perguntinhas pra você?
Ai, depende, por quê?
É sobre pressa. Eu tô vendo que você tá meio apressada.
É.
Tá com pressa?
Tô.
Tá sempre com pressa?
Basicamente, sim.
Eram duas perguntas, não eram? Eu preciso ir, obrigada.
O dia tem 24 horas pra todo mundo, mas pra algumas pessoas parece que não é suficiente.
Sabe aquela sensação de que tudo precisa ser feito correndo? Essa pressa não é só uma sensação. O tempo anda mesmo acelerado. 43% dos brasileiros vivem em velocidade 2x, ou seja, em ritmo muito acelerado, de acordo com uma pesquisa do Datafolha.
É correria total, conciliar o trabalho, conciliar a vida pessoal, só correndo mesmo.
Quando tudo ao redor parece andar depressa, a tendência é acelerar também. Um em cada quatro entrevistados na pesquisa admitiu que ouve áudios e assiste a vídeos também em modo mais rápido.
Costumo, e às vezes eu nem termino de ouvir o áudio, eu já tento responder antes de terminar de ouvir.
Essa sensação de ganhar tempo é um sinal perigoso de que a pressa está no comando e pode levar até a sintomas de ansiedade.
A partir do momento que eu corro com as coisas, eu perco as sensações das coisas, eu perco informações das coisas, a gente não acompanha esse ritmo e a gente acaba sendo sobrecarregado muitas vezes.
É muito valioso com que você realmente se force a ter as coisas no próprio tempo e fazer o tempo trabalhar a seu favor e não você correr contra o tempo, porque isso vai acelerar você, vai gerar estresse, vai gerar ansiedade.
A pesquisa indica também que nove em cada dez pessoas não se sentem calmas. Por isso, é preciso aprender a diminuir o ritmo.
Estamos doentes de velocidade e quando eu falo desse jeito, eu tento fazer com que a gente consiga enxergar que sim, lá na ponta, quem acelera os áudios, quem acelera os vídeos são os indivíduos, mas eles fazem isso imersos num contexto cultural que de alguma forma os pressiona de algum jeito a fazer isso. Então, tem todo um discurso de que você vai acelerar o áudio para ganhar tempo, para dedicar tempo para o que importa, mas na verdade você termina ocupando aquele tempo com mais trabalho, mais produtividade, mais consumo, que são algumas das engrenagens, digamos assim, dessa cultura da aceleração.